O Despertar
O grito da luz me desperta
E com a menor força cósmica,
Rompo as minhas pálpebras,
Baba, bocejo, bafo.
Desafiando poderes planetários,
Saio da inércia esplêndida,
E caio bípede no solo gélido,
Chinelos, calça, coragem.
Percorro o infinito corredor,
Chego ao templo da higiene
E com uma oferenda amarela,
Ardente, alívio, asseio.
Livre do casulo da preguiça,
Aproveito meu imago e voo,
Procurando a deliciosa seiva preta,
Tórrido, torrado, tradicional.
Leve e incontrolável,
Caço na selva de embalagens,
Uma presa que me pese,
Pão, panqueca, parmesão.
Sem mais necessitar dos marfins,
Envernizo-os com menta,
Impedindo que os micro caçadores:
Estraguem, extraiam, extinguam.
Ainda com a camuflagem noturna,
Faço a transformação final,
E renovado, sorrio,
Mágica, magnífica, manhã.