Grito de Socorro

Grito de Socorro

Na dança do tempo, um clamor se ergue,

O homem, que sonha, mas a terra despregue.

Com mãos ávidas e olhos de ouro,

Destrói a floresta, seu verde tesouro.

Nos rios que correm, já não há mais vida,

A ganância incendeia a paz tão querida.

Em nome do progresso, dos altos lucros,

Corta-se a raiz, sem pensar nos futuros.

Montanhas que falam em ecos profundos,

Guardam segredos de antigos mundos.

Mas o homem avança, em busca de poder,

Esquece que a vida é um ciclo a tecer.

O canto dos pássaros, um lamento em vão,

Enquanto a fumaça encobre a amplidão.

Todo tronco abatido, um luto sem fim,

Natureza ferida, ressoa em mim.

E ao olhar do infinito, uma súplica ecoa:

Que o homem se lembre da mãe que o criou,

Que aprenda a dançar em harmonia,

Respeitando os ciclos da terra, da lua.

Oh, ganância insensata, que cega e devora,

Deixe que a vida floresça agora!

Que possamos rever a essência sagrada,

Entrelaçar corações, em symbiose renovada.

Pois, no eco do grito, a promessa ressurge:

Que o homem abrace a natureza e urge

A redescobrir, em cada folha e raiz,

Que somos um todo, e não apenas um país.

Vera Salbego