Eu sou um tropeço de um passo distraído pela calçada,
lançada aos mares profundos às jornadas nada simétricas.
Não rezo como os demais e me canso com facilidade
ao mesmo tempo em que rosno e rasgo com o firmamento das minhas unhas,
eu sou instável,
deprimida e alegre,
as duas faces da minha memória de lâmina afiada nos confins da minha cabeça
de momentos herdados que me buscam inteira, inutilmente,
pois descendi à metade e na penumbra de mim sobrevivo.
Eu sou vírgula,
excessiva,
regular e indefinida. E o que eu sou já não me assombra mais.