Atlas
Tive o prazer de carregar cada pecado
Com a graça de sorrir e continuar bom
Posso calar-me em meio aos anjos
Ou ser mal visto entre os demônios
Sou a cria mais amada do divino, o humano
Ele me deu dois braços para escolher o fardo a carregar
Eu tenho o prazer de viver um último dia
E o presente de acordar na manhã seguinte
Se eu posso voar em meio aos anjos eu peço serenidade
Mas se pousar-me em meio aos demônios eu peço um momento
Não posso passar no mundo sem sucumbir ao prazer
E nem desfrutar da paz sem antes ter conhecido o sofrimento
Quero carregar fardos de ambos os lados
E equilibrá-los nesta abóbada da vida
No fim eu a carrego e reconheço cada estrela
Deste teto que feito Michelangelo eu traço meus últimos dias