Velame

Fui soprado pelo destino,

Da alvorada ao meio-dia, na pressa de um suspiro,

Deixei o campo da rotina e montei no cavalo veloz,

Cruzando pontes invisíveis até o vale da espera.

No jardim de portas trancadas,

Onde o sol ainda repousava,

Passei por sombras, rostos ocultos,

Onde o tempo veste máscaras de aço.

Entre raízes profundas, vi o ciclo da dor,

Onde correntes de vidro cercam o passo,

E os pássaros presos aos galhos secos,

Mas caminhamos... Ah, como caminhamos!

No retorno, a estrada se dividiu,

O rio de aço fluía por margens distantes,

Mas eu, folha no ar, escolhi o chão.

Segui com outras folhas, com a tarde a dourar nossos passos.

Louij Dradane
Enviado por Louij Dradane em 20/08/2024
Código do texto: T8133313
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