ÚMIDO BRILHO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.

ÚMIDO BRILHO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

Um brilho úmido escorre das retinas,

ecos da voz retinem sons cardiopáticos,

rumos lunáticos mostram luzes cristalinas,

dores desaguam em silêncios sorumbáticos.

A voz embarga, deglute-se, silencia,

mas a poesia sonha, alheia ao desencanto,

cada palavra ressuscita a fantasia

e a melodia harmoniza um novo canto.

Enquanto há vida é há quem leia o que é escrito,

o grito aflito não se perde numa gruta,

o voz se solta, o eco torna-se infinito

porque quem olha, nunca vê... quem vê... escuta.

O brilho úmido irriga a voz do

sorriso,

rir é preciso, mas sem tola maquiagem;

tanta bobagem na arrogância de um Narciso

que só se vê sem nem saber de uma paisagem.

A voz se solta da alegria que abençoa,

na alma boa, o silêncio ganha vida,

se a dor revida, o amor a esquece e... voa

num sonho bom de uma ternura comovida.

A cada instante há um novo sentimento,

o ser humano é um ser que ama... e pensa,

mas se há amor na terna essência de um momento,

ele desfaz, com sua luz, a sombra intensa.

Às 17h e 01min do dia 30 de junho de 2024 de Cabo Frio - Rio de Janeiro - Registrado e Publicado no Recanto das Letras.