Cotidiano (um poema sobre)
Nasce o dia na cidade dormente,
O sol a despontar sobre o horizonte,
Desperta vidas, sonhos, mentes,
Num ciclo constante que jamais mente.
As ruas se enchem de passos e sons,
O murmúrio de vidas entrelaçadas,
Nas pequenas rotinas e contratempos,
Em sorrisos, lágrimas, esperanças caladas.
A semana avança como um rio,
De dias que passam e noites que vêm,
Cada instante, um suspiro,
Cada momento, um refém.
A chuva cai suave nas manhãs cinzentas,
Como lágrimas que limpam a alma,
Renovando a esperança em gotas lentas,
De que a vida, no seu ciclo, se acalma.
E então o sol volta a brilhar,
Aquecendo as tardes com seu calor,
Nos fazendo acreditar,
Que há sempre espaço para o amor.
Os meses se sucedem num piscar,
E com eles vêm os amores e desilusões,
Corações partidos que tentam curar,
Nas batidas da vida, suas canções.
O futuro, dizem, é uma tela em branco,
Um destino incerto, não pré-definido,
E a cada dia que nasce, franco,
Temos a chance de escrever nosso livro.
Há escolhas em cada esquina,
Decisões que nos moldam, nos definem,
E é na incerteza da sina,
Que nossas almas vivem.
Por isso, viva, ouse, sonhe,
Reescreva sua história, sem temor,
Pois o amanhã é apenas um nome,
E a vida, um presente de valor.
O cotidiano é um palco aberto,
Onde dançamos ao som do destino,
E é nas notas que não tocam perto,
Que encontramos o nosso caminho.
Assim, entre noites e dias,
Sol e chuva, semanas e meses,
Descobrimos que a vida é uma sinfonia,
E que somos os maestros de nossas teses.
Então, não tema o amanhã,
Abrace cada instante com coragem,
Pois a vida é uma tela soberana,
E você, o artista dessa viagem.