Cotidiano (um poema sobre)

Nasce o dia na cidade dormente,

O sol a despontar sobre o horizonte,

Desperta vidas, sonhos, mentes,

Num ciclo constante que jamais mente.

As ruas se enchem de passos e sons,

O murmúrio de vidas entrelaçadas,

Nas pequenas rotinas e contratempos,

Em sorrisos, lágrimas, esperanças caladas.

A semana avança como um rio,

De dias que passam e noites que vêm,

Cada instante, um suspiro,

Cada momento, um refém.

A chuva cai suave nas manhãs cinzentas,

Como lágrimas que limpam a alma,

Renovando a esperança em gotas lentas,

De que a vida, no seu ciclo, se acalma.

E então o sol volta a brilhar,

Aquecendo as tardes com seu calor,

Nos fazendo acreditar,

Que há sempre espaço para o amor.

Os meses se sucedem num piscar,

E com eles vêm os amores e desilusões,

Corações partidos que tentam curar,

Nas batidas da vida, suas canções.

O futuro, dizem, é uma tela em branco,

Um destino incerto, não pré-definido,

E a cada dia que nasce, franco,

Temos a chance de escrever nosso livro.

Há escolhas em cada esquina,

Decisões que nos moldam, nos definem,

E é na incerteza da sina,

Que nossas almas vivem.

Por isso, viva, ouse, sonhe,

Reescreva sua história, sem temor,

Pois o amanhã é apenas um nome,

E a vida, um presente de valor.

O cotidiano é um palco aberto,

Onde dançamos ao som do destino,

E é nas notas que não tocam perto,

Que encontramos o nosso caminho.

Assim, entre noites e dias,

Sol e chuva, semanas e meses,

Descobrimos que a vida é uma sinfonia,

E que somos os maestros de nossas teses.

Então, não tema o amanhã,

Abrace cada instante com coragem,

Pois a vida é uma tela soberana,

E você, o artista dessa viagem.

Marco Antônio Costa
Enviado por Marco Antônio Costa em 04/08/2024
Código do texto: T8121596
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