Licenças poéticas da invisibilidade
Agarre-se à primeira coisa que acontecer
abrace-a como a um velho amigo
recém-chegado de viagem.
Esqueça as agruras da invisibilidade
meras licenças poéticas
não tente enxergar através das suas próprias pálpebras.
Deixe acharem
que sua bondade é apenas
os problemas resolvendo-se por si mesmos.
Deixe acreditarem
que a caneta perdida reaparece pairando à altura dos olhos
que a bola que chutaram pra fora volta sozinha.
Eles são leves como ar
e precisam de âncoras
para não serem carregados pelo vento.