TEMPO ROUBADO.
No silêncio da tela iluminada,
Nossos olhos fixos, almas aprisionadas.
O mundo lá fora, tão vasto e real,
Mas aqui, no visor, perdemos o sinal.
Toques, notificações, vidas virtuais,
Enquanto o tempo escorre, implacável.
Amigos distantes, rostos sem calor,
Enquanto o presente se esvai, sem pudor.
O relógio avança, minutos se esvaem,
E nós, cativos, digitamos e lemos.
Quantas histórias perdemos ao redor,
Enquanto nos afundamos no mundo virtual?
O celular, fiel companheiro,
Nos rouba o agora, o abraço verdadeiro.
Quantos sorrisos não vimos, quantas lágrimas secas,
Enquanto digitamos, distraídos, sem pressa?
E o mundo segue lá fora, pulsante,
Enquanto nos perdemos em telas brilhantes.
Será que um dia acordaremos do transe,
E olharemos nos olhos, sentiremos a dança?
Celular, paradoxo moderno,
Trazendo conexão e isolamento eterno.
Que saibamos equilibrar, com sabedoria,
O tempo gasto nas redes e o tempo da vida.