TEMPO ROUBADO.

No silêncio da tela iluminada,

Nossos olhos fixos, almas aprisionadas.

O mundo lá fora, tão vasto e real,

Mas aqui, no visor, perdemos o sinal.

Toques, notificações, vidas virtuais,

Enquanto o tempo escorre, implacável.

Amigos distantes, rostos sem calor,

Enquanto o presente se esvai, sem pudor.

O relógio avança, minutos se esvaem,

E nós, cativos, digitamos e lemos.

Quantas histórias perdemos ao redor,

Enquanto nos afundamos no mundo virtual?

O celular, fiel companheiro,

Nos rouba o agora, o abraço verdadeiro.

Quantos sorrisos não vimos, quantas lágrimas secas,

Enquanto digitamos, distraídos, sem pressa?

E o mundo segue lá fora, pulsante,

Enquanto nos perdemos em telas brilhantes.

Será que um dia acordaremos do transe,

E olharemos nos olhos, sentiremos a dança?

Celular, paradoxo moderno,

Trazendo conexão e isolamento eterno.

Que saibamos equilibrar, com sabedoria,

O tempo gasto nas redes e o tempo da vida.

Nuno da silva pereira
Enviado por Nuno da silva pereira em 25/07/2024
Código do texto: T8114541
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