Lareira acesa
No aconchego da lareira acesa,
O inverno se desvela em sua frieza,
Chamas dançam, quentes e serenas,
Enquanto lá fora a neve tomba cinzenta.
No crepitar do fogo, histórias se entrelaçam,
Memórias antigas, sonhos que se abraçam,
Sob o manto do inverno que tudo envolve,
A lareira se ergue, aconchego que resolve.
As horas passam como flocos de neve a cair,
No silêncio que a madeira ardente faz surgir,
Na penumbra dançante, o tempo se desvanece,
E o calor da lareira aquece, preenche, enternece.
Assim, o inverno se torna mais ameno,
Diante da chama viva, do calor sereno,
Na dança das sombras, nos reflexos da luz,
Inverno e lareira se unem, cumplicidade seduz.
E assim, nesse abraço de calor e frieza,
Em cada verso desta singela e doce realeza,
O inverno e a lareira se entrelaçam em harmonia,
Num poema que celebra toda essa magia.
Vera Salbego