POETA TRÁGICO
Talvez fosse trágico em alguns momentos
Talvez falasse muito da realidade
Talvez esquecesse a poesia na gaveta
Ou numa sarjeta
Daquela cidade nojenta.
Talvez eu tenha esquecendo-se de mim mesmo
Na labuta do cotidiano
Talvez eu tenha sido quase uma puta
E me tornei um pato por engano.
Talvez eu tenha dito muitos palavrões
Para as virgens do convento
Talvez meu tiro saísse pela culatra
E meu poema se perdeu no vento.
Talvez eu não tenha nada a dizer
Aqui, agora, neste exato momento
Talvez eu possa amar só você
Que saiba ler o meu sentimento.
Mas não sei se isto é verdadeiro
Ou se é apenas fingimento
Por isso continuo jogando palavras soltas
Para onde vai o vento.
Talvez lá eu possa encontrar alguém
Que entenda o meu pensamento
Mas por enquanto sou apenas um poeta trágico
Que escreve poemas ao vento.
Talvez em algum lugar do passado
Eu deva ter me perdido no espaço
Sentindo-me um quadrado
Implorando pelo teu abraço.
Mas, de repente, não mais que de repente,
Sentir o amor ausente
E por ser muito prudente
Olhei para trás, para o momento e para frente.
Texto incompleto... continuarei escrevendo depois
Montes Claros de Goiás - GO, 2018.