POETA TRÁGICO

Talvez fosse trágico em alguns momentos

Talvez falasse muito da realidade

Talvez esquecesse a poesia na gaveta

Ou numa sarjeta

Daquela cidade nojenta.

Talvez eu tenha esquecendo-se de mim mesmo

Na labuta do cotidiano

Talvez eu tenha sido quase uma puta

E me tornei um pato por engano.

Talvez eu tenha dito muitos palavrões

Para as virgens do convento

Talvez meu tiro saísse pela culatra

E meu poema se perdeu no vento.

Talvez eu não tenha nada a dizer

Aqui, agora, neste exato momento

Talvez eu possa amar só você

Que saiba ler o meu sentimento.

Mas não sei se isto é verdadeiro

Ou se é apenas fingimento

Por isso continuo jogando palavras soltas

Para onde vai o vento.

Talvez lá eu possa encontrar alguém

Que entenda o meu pensamento

Mas por enquanto sou apenas um poeta trágico

Que escreve poemas ao vento.

Talvez em algum lugar do passado

Eu deva ter me perdido no espaço

Sentindo-me um quadrado

Implorando pelo teu abraço.

Mas, de repente, não mais que de repente,

Sentir o amor ausente

E por ser muito prudente

Olhei para trás, para o momento e para frente.

Texto incompleto... continuarei escrevendo depois

Montes Claros de Goiás - GO, 2018.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 02/07/2024
Código do texto: T8098621
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