O tempo se expande ao mesmo tempo em que

gira confuso no labirinto em suspiros de ponteiros.

O tempo nada significa,

diálogo entre o mundo e o que eu penso.

 

É desigual à flor,

ao caule,

seja o que for,

o tempo engole

o

múltiplo e o alívio.

 

O tempo é a geometria dos cansados,

a imaginação dos poetas,

a face da manhã e a morte das estrelas.

 

É uma bobagem inventando rotas,

navio que sonha um trajeto quando não há mar.

 

O tempo humilha,

encanta

desdiz.

Vida num só gole.

Estaca,

tronco,

álibi,

ferrão sem o suporte da asa.

Adianta,

atrasa,

moléstia,

remédio,

iceberg em busca de um navio,

à esquerda e à direita

um adeus,

a impostura,

brinquedo de olhos negros,

flor na contramão da sua estação.

Eu amo o tempo ao mesmo tempo em que o odeio.

 

 

 

 

Pense Literatura
Enviado por Pense Literatura em 29/06/2024
Código do texto: T8096397
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