O tempo se expande ao mesmo tempo em que
gira confuso no labirinto em suspiros de ponteiros.
O tempo nada significa,
diálogo entre o mundo e o que eu penso.
É desigual à flor,
ao caule,
seja o que for,
o tempo engole
o
múltiplo e o alívio.
O tempo é a geometria dos cansados,
a imaginação dos poetas,
a face da manhã e a morte das estrelas.
É uma bobagem inventando rotas,
navio que sonha um trajeto quando não há mar.
O tempo humilha,
encanta
desdiz.
Vida num só gole.
Estaca,
tronco,
álibi,
ferrão sem o suporte da asa.
Adianta,
atrasa,
moléstia,
remédio,
iceberg em busca de um navio,
à esquerda e à direita
um adeus,
a impostura,
brinquedo de olhos negros,
flor na contramão da sua estação.
Eu amo o tempo ao mesmo tempo em que o odeio.