Um caminho sem volta
Eu percebo que com passar do tempo
Que as coisas vão a esvair e se perde
Todo o sentido de algum sentimento
Ou algum afeto que vai se esfriando
Pois as neuroses paralisam o carinho
Que deveria ser muito mais constante
Mas no entanto com a visceral rotina
Que mata cada palavra pra amenizar
Algum cansaço de um dia de labuta
Torna-se difícil nas asperezas do ser
Que age de forma tão abruptamente
A descarregar toda raiva e frustração
Num alguém que apenas te ama tanto
E assim se cria um ácido ressentimento
Que abre feridas que não se cicatrizam
Mas apenas jorra sangue, dor e tristeza.
Enfim já perplexo e sem entender nada
Com este tipo de atitude bizarra e fria
Reajo de forma tão agressiva como fui
Do mesma jeito agredido e assim saio
De perto de ti e procuro ficar sozinho
E cada vez mais abrandando o carinho
Para contigo, fico acuado numa prisão.
De decepções e angustiado fico triste.