Perdoe se
Perdoe se
Se ainda não viveu
Um amor imenso
Intenso
Verdadeiro
E entregue
Como o que pensas ver
E por isto
Mede o outro
Pela sua dor
Não por julgamento vil
Ou mera falta de pudor
Mas por ter vivido
Sequências de filme de terror.
Perdoe se
Por ser tão transparente
Tão detalhista
E parecer julgadora
Se a raiz que te leva a ser tão cismada
Pudesse ser a quem se ofende revelada
Seria também compreendida
E não apenas perdoada
Perdoe se
Pelo seu ir e vir no processo de evolução
O caminho tem pedregulhos
E como a luz excessiva te ofusca o olhar
Fazendo seus pés desviarem
no caminhar
É preciso novamente a rota verificar
E outras trilhas tomar
Perdoe se
Por ter se permitido
E não ter se defendido
De na vida tantas chibatadas levar
Seja nos sentimentos e emoções
Decepções
Ilusões e desilusões
Falsas percepções
Elas te deixaram marcas profundas
E finas cicatrizes,
Que quando tocadas
Ainda pulsam latejantes
Perdoe se
Por não ter sido cuidada o tanto que voce cuidou
Por ter se ferido em tantos espinhos
Quando podava as roseiras de seu jardim
Por não ter sido recíproca a oferta que entregou
Por ter doado mel e recebido fel
Pois a vida as vezes tem receitas e lições amargas
Mas guerreiros se moldam nas batalhas.
Perdoe se
Perdoe os
Nem tu
Nem eles
Nem nós
Sabemos o que fazemos
Se o Deus maior feito homem
Encarnado no mais puro
E verdadeiro Amor
Pediu ao seu Pai que nos perdoasse
Pois não " sabem o que fazem"
Quem somos nós pra não doar
E nem solicitar este perdão.
Per
doe
se
Ana Lu Portes, Juiz de Fora, 9 de junho 2024