Mutações do dia
No dia tenso e bem triste, um brilho de excesso, o Sol chorou o seu brilho.
Nem tão pouco, negou a luz, a Lua enlutada na noite da dor.
Chorei na ida, no cais de partida, o barco sumiu entre a curva da terra.
Pássaros migram e deixam seus ninhos, corações tão desvalidos.
O tempo sorriu do tolo insano, esmagou seus dias na sombra do descanso que não cessa.
Despedidas e chegadas, são como ondas que sussurram águas incertas.
Na tristeza que abate, de dor e solidão, as pedras vivem.
O sorriso é uma fração, um gozo e delírio, na lágrima de prazer, fecunda a cria.
A água brinca e passeia, o rio demora, e num instante, é só um oceano.
O tempo que penso, esboço letras, e morro pra sempre, neste momento que nunca mais.
Durou a felicidade de um dia, bastou o sorriso, flores embelezam no fim da tarde.
Daqui a pouco, o meu eu inexiste, o que sobrou, são pedaços de sonhos, resquícios de ilusão.
Lucivânia de Matos