A gaveta

A gaveta

Vazia...

A escrivaninha é das antigas

Quando a vi, a achei maravilhosa.

Madeira de lei!

Imponente.

Ao me sentar em sua frente

E apor meus braços em seu ( dorso )

me senti parte dela.

Estranho... mas era minha.

A trouxe comigo.

Imaginei-me adormecendo em seu ( dorso)

Aconchegado em.suas entranhas...os versos aflorando, fluindo de nosso entrelaço.

Foi-me tirado sua posse!

Outros se debruçaram diante dela...

As gavetas agora cheias de outros sonhos!

Tento lhe tomar posse...em vão!

Se lhe aponho minhas coisas

Palavras sagazes questionam minhas tentativas de posse...

Retiro minhas coisas, as ferramentas que consertam minha vida, meus sonhos!

Das seis gavetas, uma permanece vazia!

É a afronta a minha identidade...

A meu viver

Limita-me o caminhar!

Permaneço inerte

sem forças para questionar!

Sou medalha sem historia...posse de uma vida...vazio no respirar...torno-me pequeno...

Minha alma ca não está!

Permanece naquela gaveta...

Marcelo Doco

30maio2024- 04:27

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I

MARCELO DOCO
Enviado por MARCELO DOCO em 30/05/2024
Código do texto: T8074553
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