FELICIDAE MAGISTRAL
O fogo arde-me as entranhas
Sinto uma sensação estranha
Ao ruído de todos os lados
Que me arrebenta aos pouquinhos
Deixa-me no meio dos espinhos
Falando sozinho feito quadrado.
O fogo ainda me queima por dentro
Tento, ainda tento um tanto atento,
De repente, não tão de repente,
Revelo-me tão distante tão ausente
No meio dessa magnífica população.
O congestionamento esfumaçado de sempre
Deixa-me muito irritado
Degolo-me aos poucos
Me junto aos tantos loucos
Que fico rouco
E muito desesperado
Que saio de fininho
Pulando corda e catando coquinho
Nesse mar de buraco
Totalmente descontrolado!
Nas curvas sinuosas das ruas
Nas sinuosas curvas da cidade
Sei que a culpa é minha e sua
Por perdermos a magistral felicidade.
Procuro e nada acho
Acho o que não perdi
Encontro um esculacho
Daquilo que percebi
E vivo mesmo por baixo
Do sonho que já vivi.
Hoje sonho bem menos
Que há certo tempo passado
Agora continuo sofrendo
A dor de estar encostado
Em mais uma voçoroca
Feito menino paçoca
Totalmente desfigurado.
Itumbiara – GO, 2013.