A chaminé
Através da janela da cozinha
da casa onde cresci, no lavrado,
eu sempre via a imponente chaminé!
Era uma visão magnífica!
Ficava imóvel e perdido em pensamentos,
analisando os detalhes
daquele esplêndido edifício.
O soar da sirene da fábrica
nos serviam de relógio,
sempre pontual.
A fumaça que saía do cume da torre
ia de encontro às nuvens...
Eu criança, ficava fascinado!
Eu jovem, ficava intrigado!
A fábrica fechou,
o emprego acabou,
a sirene se calou.
A cidade que acordava com ela,
por um tempo até chorou...
No entanto, a vida continuou,
quem estava no olho da rua
outro trabalho encontrou.
Mas aquela chaminé
permanece imponentemente
sendo vista, sendo vista!
Não mais a vejo da mesma janela
que hoje já não existe.
Vejo-a sim,
de vários pontos da cidade.
Do alto, do baixo
de perto, de longe...
Lá está ela evidente,
tornou-se, pra mim, monumento,
quiçá um cartão-postal.
Neste momento estou vendo-a
não mais de uma física janela,
mas sim de uma outra maneira.
É só eu fechar os olhos
que vejo-a nitidamente
com os olhos de minha alma...
Roberto Caroli - de quando ela ainda existia.