AGRURAS

Do Livro de Maurélio "Amanhecer da poesia"

Agruras
Ventos do sul que enregelam
Corpos doentes em letargia
Vestes rotas e descoloridas
Tardes de aflição e agruras
Sons tristes tangem na ermida
Não há mais amor ou ternura
Muitas sombras no triste dia
E a miséria, a fome o descaso
Abandono de crianças na rua
Final de solitária tarde, o ocaso
Cede seu espaço para a lua.
Ao léu
Nos labirintos da angustiada alma
O fogo que me consome dia a dia
A dor que sem tréguas não acalma
Prostrando-me em louca agonia.
Sombras de mistério não relatadas
Pobre farrapo humano devassado
Triste e abandonado pelas calçadas
Ébrio doentio a perambular calado.
No inocente e estraçalhado coração
O nome de um amor quase revelado
Sussurro aos ventos versos sombrios.
Maldita que me enfeitiçou de paixão
A quem tanto amo e tenho velado
Preenchendo-me de eternos vazios

By Maurélio Machado

imagem Google

Código do texto: T7495623

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