Hipocrisia de cada dia

E naquela cova coletiva

Por cima de si um corpo

De um certo pobre moribundo

Que perambulava pelo mundo

Sem eira nem beira imundo

Carcomido macambúzio

Enquanto ainda vivia desprezava

Aquele que nem via

Aperto de mão negava

Muito menos lhe sorria

Então pergunto pra quê

Se despreza ao viver

Uma criatura ao teu lado

Se ao morrer

Ambas poderão sem saber

Ocupar o mesmo espaço

E assim se merecer

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 03/04/2024
Reeditado em 03/04/2024
Código do texto: T8034144
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.