Hipocrisia de cada dia
E naquela cova coletiva
Por cima de si um corpo
De um certo pobre moribundo
Que perambulava pelo mundo
Sem eira nem beira imundo
Carcomido macambúzio
Enquanto ainda vivia desprezava
Aquele que nem via
Aperto de mão negava
Muito menos lhe sorria
Então pergunto pra quê
Se despreza ao viver
Uma criatura ao teu lado
Se ao morrer
Ambas poderão sem saber
Ocupar o mesmo espaço
E assim se merecer