KU BELE

.

Numa voz rouca oscilante

apregoa na auroura crepuscólica

todos os dias: mpão, mpão, mpão.

Pendurado vaidoso no azul e branco

E o pregão desgastado na boca: metaplasmo.

Kubele dança em kamangus

apertados pelas nádegas

dançantes em emagrecer

nos espaços ínfimos.

Ku bele tem mujimbo

adocicantes das viagens

negação das paisagens

em amargos dias.

.

Ku bele namora

namora as palavras

palavras lavradas

em larvas inócuas

nas paz variantes

em dias de guerras

dias eternos

em abraços de ferros

e palavrinhas daninhas

escondendo o cansaço

cansaço empolgante

em suor rigozijante

.

Ku bele cem pôr do sol

sol se põe no mar

no mar infinito

no dia ganho

em crepúsculo aurourélico,

Ku bele sobe: xeira, xeira, xeira.

eis o kubele - o vento ensolarante

em noites e dias .

.

Ku belé ku nanga

Fernando Tchacupomba
Enviado por Fernando Tchacupomba em 27/03/2024
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