Cansei, me afundei no brejo das gotas cotidianas,

então,

me permiti transbordar.

 

Sentei-me à sombra de uma árvore 

de flores brancas,

os arbustos me acolheram,

folhas sem, ainda, o tom da primavera,

o vento frio e já conhecido da minha espinha.

 

O sol, uma pequena lâmpada entre as nuvens,

e eu ali, sobre uma capa de musgo,

caderno no colo,

e a estação fresca de Santa Catarina

lavrando um beijo suave em meu rosto.

 

Por toda a parte um certo tumulto

mas eu deixei um espaço livre em meu peito encharcado de sonhos,

além das costelas,

letras já plantadas compondo o oposto do desvalor

celebrado no mundo.

 

Eu sou como a fragilidade da flor que não sai ilesa das estações.

 

 

 

 

 

 

 

Silêncio Etc e Tal
Enviado por Silêncio Etc e Tal em 13/03/2024
Reeditado em 13/03/2024
Código do texto: T8019146
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.