TARDES

O ano era 2014. Havia ido visitar meu filho Erick, que naquela época morava na bela praia do Bessa, em João Pessoa. Havíamos acabado de almoçar. Numa rede na varanda do apartamento, minha neta Anna Clara, com um grosso livro nas mãos tentava estudar para se submeter a um vestibular, mas acabou adormecendo e deixando cair o livro. Tempos depois reproduzi aquela cena neste poema que é um dos meus preferidos.

Na calma modorrenta, começo de tarde,

Hora em que os pássaros cochilam em seus ninhos,

Estão desertos trilhas, ruas e caminhos,

O sol derrama seu calor e a pele arde.

Os olhos pendem denotando o cansaço,

Em vão tenta concentrar-se na leitura,

Agora ler não é prazer, é uma tortura.

A mão se abre, cai o livro, cai o braço,

Neste ponto a natureza é exigente

E não descuida quando é hora do descanso,

A rede aos poucos vai parando seu balanço,

Exausto, o corpo se acomoda finalmente.

(Da série Meus Poemas Preferidos)

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 05/03/2024
Reeditado em 05/03/2024
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