"NO ÔNIBUS"

IDEOLOGIA DA CONFORMAÇÃO/ACOMODAÇÃO DIÁRIA: POEMA-CONTO DO ÔNIBUS SEM POESIA (- E SEM PROSA -) ou

COISAS DESIMPORTANTES NO ÔNIBUS 327 / 723 (AZULãO)

Para o povo de Teresina(PI). Baseado em fatos reais...

 

 

 

“O que me espanta e preocupa não é o barulho dos ricos e poderosos mas sim o silêncio dos pobres oprimidos”...
(Martin Luther King, adaptado)



NO ÔNIBUS


- Não cabe mais ninguém, seu motorista!
-
- Vamo lá, cobrador! Gire essa catraca.
-
- Dá licença, por favor...
- ...
- Vamo lá, gente!...
- !
- Trinta anos que eu conheço isso, assim, esse sufoco diário, trinta anos que esses empresários ladrões safados exploram o povo!...
- (Eles estão na deles... [diriam alguns/mas que também estão na(s) deles])...
- E ninguém faz nada!?! Isso aqui é calor desumano, esse sufoco todo, todo dia. Cadê o prefeito, que há mais de vinte anos governa pros amiguinhos empresários e é inimigo do povo? Isso é uma verdadeira máfia, é só mutretagem o tempo todo, uma grande palhaçada...

-
- Parece uma lata de sardinhas... Demora uma hora e ainda vem lotado!
- Sacanagem! (o povo que se exploda!... É cada um por si e todos contra todos...)
- Ôpa! Agora é pra já! Preciso descer na próxima parada.
- Tá difícil!...
- Vamos, gente!
- Espaçoso!
- Desculpa, moça!
- Eita!
- Peraí, seu motorista!
- Ai, meu pé!
-
- Tá querendo entrar no céu à força!?!
- !
- Acorda mais cedo, cara!
- !!
- Idiota!
- !!!
- Da próxima vez, pega um táxi, artista!...

 

 


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(Esta é uma obra de f(r)icção, embora baseada em fatos reais. Qualquer semelhança específica com acontecimentos e/ou pessoas terá sido só mera coincidência.)