Herança
Ter por prazer
O coração
Batendo por algo inutil
Preciso
De vida
E meu espirito talvez não
As folhas na Amazônia
Queimam vivas
Tudo se transforma
Em morte.
Meu sangue não rega
As regras
É tudo perdão
Ou perda.
Tendo por norte
A direção do ouro
A divisão da vida em vida
A transformacao do pó em pó
Voando em terra
Sonhando alto
A produção da sua boca
Ainda é ácida
Agora o tempo
Está nublado
A chuva quente
Molhou meu lado
Onde voce deveria estar
Hoje sonho
Ponho em prática
Minha ignorância
Pra sobreviver ao caos.
Invento trilhas
Suponho filhas
Passado, futuro
Tudo eterno.
Preciso de ar puro
Deixo o carro na garagem
É tudo ingratidão
Retôrno dos meus inpostos.
Pensando bem
O livro que nao escrevi
A arvore que nao plantei
O filho que nao gerei
Não fazem falta alguma
Logo nao estarei mais
Talvez chegue a rastejar
De fraldas como bebê
Ou talvez nao
Apenas caia na rua como uma folha
A qual o vento leva
Sem esforço algum.
Tudo planejado ao nascer
Nada mudou na maquete inicial
E o futuro tambem
Foi revisado.
Não mude uma letra deste livro aberto
Nem acrescente ideias particulares
Se não concorda
Não leia
É apenas contrato
Esse novo casamento
Leve o que conseguiu comigo
Deixe a casa como encontrou
Tempo moderno essa nova musica
Ruim de ouvir
Horrivel digerir
Sem padrão, sem emoção
Até esse poema
Escrito enquanto trabalho
Sem muita concentração
Disse o que quiz como saiu
Produzir quanto mais
Pouca qualidade
Coisas de banalidades.
Segue a fração que resta
Uma parte eu deixo
Alguem precisa colher
Espólio
Enquanto faço café
Sao tantos graos misturados
Digo coisas a mim mesmo
Isso eu não bebia antes.
Com soja óleos
Com milho pipoca
Doce, salgada
Hj faço café de "grãos selecionados".
Guedes