NADA DE BONANÇA
Eles não pagam impostos.
Eles têm instituições fi(pi)lantrópicas.
Onde praticam fi(pi)lantropias,
Como forma de ajudar o povo,
Tirando-lhe seu precioso tempo,
Jogando sua saúde ao vento,
Tamanha sacanagem na fila de espera,
Que mata antes da hora,
Quem vem procurar a cura;
Meu Deus do céu das alturas,
Tire-nos dessa confusão.
Não se pode sonhar por um mundo melhor,
Nesse mundo tão banal,
Onde se faz-de-conta que trabalha,
Só em nome do capital,
Deixando o povo morrer na fila
De maneira tão “normal”,
Que isso nem parecer ser
O caminho do hospital.
A fi(pi)lantropia corre solta no ar
Destruindo nossa esperança.
Ela parece até uma fantasia
Para matar a curiosidade de criança,
Que morre de sorrir sem achar graça,
Desse mundo em desgraça
Que nada tem de bonança.
João Pessoa – PB, 2013.
Aires José Pereira é professor do curso de Geografia e do Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Rondonópolis, é coautor do Hino Oficial de Rondonópolis, possui vários livros e artigos publicados. É membro efetivo da Academia Rondonopolitana de Letras e da Academia de Araguaína e Norte Tocantinense.