NADA DE BONANÇA

Eles não pagam impostos.

Eles têm instituições fi(pi)lantrópicas.

Onde praticam fi(pi)lantropias,

Como forma de ajudar o povo,

Tirando-lhe seu precioso tempo,

Jogando sua saúde ao vento,

Tamanha sacanagem na fila de espera,

Que mata antes da hora,

Quem vem procurar a cura;

Meu Deus do céu das alturas,

Tire-nos dessa confusão.

Não se pode sonhar por um mundo melhor,

Nesse mundo tão banal,

Onde se faz-de-conta que trabalha,

Só em nome do capital,

Deixando o povo morrer na fila

De maneira tão “normal”,

Que isso nem parecer ser

O caminho do hospital.

A fi(pi)lantropia corre solta no ar

Destruindo nossa esperança.

Ela parece até uma fantasia

Para matar a curiosidade de criança,

Que morre de sorrir sem achar graça,

Desse mundo em desgraça

Que nada tem de bonança.

João Pessoa – PB, 2013.

Aires José Pereira é professor do curso de Geografia e do Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Rondonópolis, é coautor do Hino Oficial de Rondonópolis, possui vários livros e artigos publicados. É membro efetivo da Academia Rondonopolitana de Letras e da Academia de Araguaína e Norte Tocantinense.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 16/02/2024
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