Nas Encostas da Vida"
"E o jovem garoto vigiava, atento aos ecos da madrugada,
Sonhava em cantar, na alma a melodia encantada.
Mas na viela, o fuzil usurpa a viola,
Num sistema que viola, discursos nascidos do pior mal dos violentos.
Nas sombras da noite, seus olhos carregam tempestades,
Refletindo um mundo onde sonhos enfrentam realidades.
A arma em suas mãos, um peso que a juventude não deveria carregar,
Um símbolo de um caminho que ele não escolheu trilhar.
Nas paredes, grafites sussurram revoltas e paixões,
Narrativas de vidas marcadas por duras condições.
E lá no alto, a lua testemunha silenciosa,
Da luta diária, da esperança corajosa.
Mas o garoto, no fundo, guarda um sonho de liberdade,
Além dos morros, além da cidade.
Um mundo onde a música rompe as correntes,
Onde ser jovem não é sinônimo de ser delinquente.
Nas favelas, cada esquina conta uma história,
De resistência, de luta, de busca pela glória.
E enquanto o jovem vigia, na penumbra da noite que se desenrola,
Sua alma canta, sonha, e na escuridão, se consola.
Neste cenário de contrastes, onde a esperança e o medo se entrelaçam,
A vida segue, entre sorrisos e lágrimas que não se apagam.
E o jovem garoto, com o fuzil em suas mãos,
Sonha com o dia em que as armas serão trocadas por canções."