Ao vencedor as batatas
Ao vencedor as batatas
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Quando a conheci não levei a sério meu coração
Sabia que algo tinha acontecido, mas não podia imaginar
Com a delicadeza das noites, algo tocou minha mente
No meu canto, sem pressa de viver, comecei a desvendar
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Sem pensar na vida, o tempo foi passando
Cada qual em seu canto amargando sua dor
O preconceito nos bloqueava para a história
Por fora interpretávamos felicidade, por dentro vivenciávamos a falta de amor
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Não tínhamos muito o que falar
Um presente difícil e um passado problemático impedia novas incursões
O medo da história voltar e ressentir o amargo do passado
Esvaziava a mente destruindo expectativas de uma nova relação
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De minha parte, dos meus não queria ninguém por perto
Num passado não muito distante consenti que vivessem por mim
Depositário de frustrações alheias, não queria mais nada além de distancia
Os ranços do passado eram fortes para azedar uma nova história neste interim
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Demorei para perceber o quanto perdi meu tempo
Cansei de dar ouvidos ao “fiel da balança” como se este fosse decidir a meu favor
“Cala boca, fica quieto, faz o que os outros mandam” era regra geral
Ao dar adeus a esse mandamento recuperei meu próprio amor
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Começar do começado - foi assim que principiei ter vida própria
Sei que é difícil explicar, mas assemelha-se a história do pássaro criado em cativeiro
Solto na natureza, perde a noção de si, tempo, espaço e por isso falha miseravelmente
Mas com o tempo aprende que é o herói de si mesmo vivendo sua história por inteiro
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Manoel Claudio Vieira – 10/02/24 – 03:09h