KADU COMBATE A DENGUE

Kadu vive em comunidade

Repleta de vários vizinhos

Alguns muitos amiguinhos

Coisa comum em sua idade.

 

Todo dia vai à escola

Levanta cedo e come

Não é bom sair com fome

Depois da aula joga bola.

 

Kadu foi convidado

Para trabalhar sem perrengue

Limpar o lote contra a dengue:

— Hoje não, é feriado.

 

Ele, de fato, mal sabia

Que a dengue é um perigo.

Foi brincar com um amigo

Coisa que faz todo dia.

 

Mas, acontece imprevisto

Seu pai ficou de cama,

Nem pode abraçar a dama

Ele que era tão benquisto.

 

Kadu se pôs a rezar

Pedindo a Nossa Senhora

Pois ele não vai embora

Enquanto seu pai não melhorar.

 

Parece que o pai melhorou

A mãe ficou bem feliz

Foi ela mesmo quem diz

Que o pior já passou.

 

Preste atenção meu menino

A dengue é um perigo

Faça aquilo que eu digo

Não brinque com o destino.

 

O menino levou a sério

Não negou mais ajuda

Chamou seu mano Duda

E foram estudar o mistério.

 

A dengue vem no mosquito

Aedes aegypti é seu nome

De sangue ele tem fome

Esse é seu grande delito.

 

O Aedes, esse danado

Bota seus ovos na água

Crescem larvas sem mágoa

Me deixando aperreado.

 

O que o guerreiro deve fazer?

Todo o terreiro limpar

Não deixar água acumular

O bicho não pode se esconder.

 

Mesmo com esse cuidado

Limpar o quintal não basta

A comunidade é muito vasta

Tudo nela é sagrado.

 

Foi aí que o pior aconteceu

Mano Duda, dengue hemorrágica,

Teve uma morte bem trágica

Coração de Kadu esmoreceu.

 

Mesmo com toda sua luta

Mano Duda foi-se, partiu,

Alma de Kadu quase fugiu

Sem coragem de nova labuta.

 

Mãe do menino foi logo dizendo

Esmorece agora não, guri.

Coração da gente é de rubi

E sempre continua batendo.

 

Depois de um dia inteiro chorar

Kadu sua cabeça endireitou

O mal que o mano matou

Aqui deve de todo se acabar.

 

Armou-se todo de coragem

Convidou seu melhor amigo

Quer vir agora comigo

Limpar nossa bela paisagem?

 

Colegas se juntaram no caminho

Cada um com sua vontade

Cada um com sua bondade

Agora, fazendo tudo certinho.

 

Passaram de casa em casa

Não caíram em tentação

Quando alguém dizia, essa não

Respondiam: sai, agora vaza.

 

O propósito da jornada

Não é só acabar com a dengue

É nos livrar de todo perrengue

E ganhar essa cruzada.

 

Para nenhum mosquito aparecer

Cuidar bem dos passarinhos

Ter árvores para seus ninhos

Todo mundo poder crescer.

 

Depois de tudo arrumado

Kadu pra casa voltou

Sua mãe, forte o abraçou

O guri dormiu, de tão cansado.

 

Mas a luta continua

O Aedes não é bobo

Vive em todo o globo

Não apenas em nossa rua.

 

Kadu não é mais o mesmo

Agora é rapaz maduro

Sabe que tem um futuro

Não corre mais a esmo.

 

Entende agora o significado

Mágico mesmo, da vida,

Carrega na alma a ferida

De perder um ente amado.

 

Mas não se faz de rogado

Encara de frente o perigo

Sem medo, cheio de amigo

Pode dormir sossegado.

 

Paulo Cezar S Ventura
Enviado por Paulo Cezar S Ventura em 06/02/2024
Código do texto: T7993391
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