Predatórios prédios

Os prédios vão predatórios

Erguendo falos-concreto

E sobem, nada discretos

Fazendo o contraditório:

A vista, ser bem secreto

Arquitetura do mal

Onde os tijolos são sombra

Gentrificação fatal

O cinza vira normal

É só o que o dinheiro compra

Eretos supositórios

Se erguem do chão sem rumo

Comendo chão território

As casas vão verticais

Esquecendo lei e prumo

Tudo que é muito, é demais

O fim já não tem mais freio

A terra virando brasa

E o ambiente no meio

Asfalto vapor de quente

Tem muita casa sem gente

E muita gente sem casa