PÁTEO DO COLÉGIO

PÁTEO DO COLÉGIO

“Tupi or not Tupi”.

Oswald de Andrade.

O passado está aqui presente

e em meio

a altos arranha-céus.

...

Meus olhos procuram

a Várzea do Carmo,

o Tamanduateí,

e a azulada Serra da Cantareira,

onde canta a Fogo-apagou.

...

Meus pés pisam

o chão imortal,

imortalizado por Anchieta,

João Barbalho,

sua mulher, Bartira,

o Cacique Tibiriçá,

o Cacique Caiubi,

os valentes Guaianases

e os Tupiniquins.

- Que tristeza tupiniquim!

...

Olho o letreiro

em português, em hebraico,

em espanhol, em italiano,

em árabe, em francês, em inglês

e sugiro uma antropofagia:

Por que não em Tupy-Guarany?

NELSON MARZULLO TANGERINI

1979.

Poema escrito no Páteo do Colégio,

São Paulo, SP, quando visitei a Pauliceia

pela primeira vez,

com meu amigo Árgus Mário Paholsky.

Do livro “Venus de Millus”.

Nelson Marzullo Tangerini
Enviado por Nelson Marzullo Tangerini em 08/01/2024
Código do texto: T7972295
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