TRENS INVISÍVEIS

TRENS INVISÍVEIS

Os trens não vêm

e malas vazias

pesam

em muitas mãos.

Nos trilhos

- sempre expostos

à chuva e ao sol -

correrão sonhos

que se perderão

no horizonte longínquo,

indefinido.

As estações passam

- televisivas -

pelas mentes

dos distraídos viajantes.

Vilarejos tristes se vão,

diante de vistas desatentas.

A velocidade do trem,

metáfora do sopro da vida,

é como o vento

que afastasse uma velha folha,

que um dia foi verde

e vida.

Caras e bocas

- ansiedade, alegria,

abraços e beijos -

há muito tempo arquitetadas,

esperam o momento

de festejar a temporária

e abstrata felicidade.

NMT.

Poema escrito nalgum dia

dos anos 1980,

quando tentava escrever

poemas surrealistas.

Nelson Marzullo Tangerini
Enviado por Nelson Marzullo Tangerini em 05/01/2024
Código do texto: T7969847
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