TRENS INVISÍVEIS
TRENS INVISÍVEIS
Os trens não vêm
e malas vazias
pesam
em muitas mãos.
Nos trilhos
- sempre expostos
à chuva e ao sol -
correrão sonhos
que se perderão
no horizonte longínquo,
indefinido.
As estações passam
- televisivas -
pelas mentes
dos distraídos viajantes.
Vilarejos tristes se vão,
diante de vistas desatentas.
A velocidade do trem,
metáfora do sopro da vida,
é como o vento
que afastasse uma velha folha,
que um dia foi verde
e vida.
Caras e bocas
- ansiedade, alegria,
abraços e beijos -
há muito tempo arquitetadas,
esperam o momento
de festejar a temporária
e abstrata felicidade.
NMT.
Poema escrito nalgum dia
dos anos 1980,
quando tentava escrever
poemas surrealistas.