Vivo

Eu vivo entre as frestas da janela

nas emendas dos meios-fios das calçadas

no emaranhado que sustenta as tranças da menina.

Eu brilho nos olhos alegres da criança sonhadora

na risada escancarada dos meninos na lagoa

na melodia do silencio entoada numa noite de amor.

Sou a saudade, o adeus de um casal enamorado

a despedida num beijo apaixonado

a eternidade num coração dilacerado.

Sou as faces no espelho embaçado

As cantigas de grilo no trabalho

A amizade no meio da multidão.

Eu sou o desejo da mudança

na esperança

na temperança

na criança

que habita em mim.

Valnia Véras
Enviado por Valnia Véras em 12/12/2023
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