LINHAS DIVERGENTES

Estava sem sentimentos suficientes

Que pudessem abrir minha voz poética

E desenhasse em letras o que sentia

E por alguns segundos ouvia

A vontade indissociável da fonética

Cabida alegoricamente em minha mente.

Sentia-me lânguido, opaco e indiferente

Livre de tudo e de todos os seres vivos

Feito fumaça indesejada pelos vãos

De alguma porta principal de algum abrigo

Onde se deixa os corpos da natureza no chão

Sem aparência de pulsão tremeluzente

O que era, por ventura, sentir a plenitude?

Desejava responder perguntas que me partiam

Feriam-me só pelo erro de existirem pairadas

Presentes em algum mundo de finitude

Ínfimo, onde em minha consciência não cabia

E se revelava antro à priori de coisas usadas.

Permaneci absorto dos desânimos recorrentes

Sem nenhuma intensa objeção interiorizada

Fruto pecaminoso de alguma indiscreta sintonia

Fora do percurso palpável, de minhas indiferentes

Consagrações intrépidas das constantes cacofonias

Tensionadas pela vontade ainda não demarcada.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 10/12/2023
Reeditado em 10/12/2023
Código do texto: T7951199
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