Nádia
Nádia costuma ser assim,
Sem muita enrolação,
Quando fica a fim,
Parte logo pra ação.
Ainda que seja insegura,
Ao mesmo tempo impaciente,
Não fica à mercê da ventura,
Deixando tudo pendente.
De súbito, consegue encantar,
Rosto lindo — e austero — e afável,
Mas sua beleza é de intimidar
E é bastante indecifrável.
Feito toda mulher muito bonita
É abastada de mistérios.
E detesta indivíduo parasita,
Um dos seus principais critérios.
Aprecia escrita e leitura,
Cemitérios e esoterismo.
Mau humor ela não atura,
Nem quem age com estrelismo.
A ela é um relevante fato:
Nádia adora os animais,
Tem coruja, cobra e gato,
Se pudesse teria muito mais.
Cai de cabeça, pra valer,
Quando realmente ama,
Pra depois se arrepender,
A cada lágrima que derrama.
O tipo de mulher que se sonha,
No entanto, ela não é nada fácil,
Faz muito sujeito chorar na fronha,
Terminando tudo no prefácio.
A moça, sobre seu passado,
Não conta coisa alguma...
Será que há algo de errado
Por trás de toda essa bruma?
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Thiago S. Sevla
03/11/2023
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*Nádia é uma personagem fictícia que criei. E este poema é uma espécie de "introdução", servindo como uma ponte entre o meu livro de contos (A Catedral Sacrílega) e o livro de poemas (Versos Noctívagos), os quais lançarei em breve.