EU NÃO ESCREVO POESIA
Eu não escrevo poesia, digo as palavras frias,
Em linhas retas, sem rimas, sem magias.
As rimas não dançam, não flutuam no papel,
Meus versos, talvez rebeldes, quebram o cordel.
Não me entrego à métrica, ao compasso,
Em liberdade, minhas palavras traçam o espaço.
O verso solto, sem amarras que o prendam,
Como um rio selvagem que, sem medo, se estenda.
Eu não escrevo poesia, afirmo com certeza,
Mas, no silêncio das palavras, há uma beleza.
Nas entrelinhas do que não é dito,
Ressonam ecos de um poema infinito.
Não sigo normas, métricas, convenções, nas margens da razão, cultivo emoções.
Meu poema, insurgente, desafia a norma,
Na liberdade das palavras, a alma se transforma.
Eu não escrevo poesia, pois ela me escreve,
Nas entrelinhas do que a razão breve.
No caos das palavras, encontro meu rumo,
E o poema que não escrevo, eu vivo, sumo.