Ousadia

Cada um só oferece o que tem dentro de si

Quem tem muito amor:

transborda

Quem não têm:

usa conta gotas

Quem só tem espinhos

Não consegue perceber a leveza das pétalas

Sua cor

Delicadeza

E perfume

Quem se detém atrás do escudo

Se protege

Mas não sente

Nem dores

Nem arrepios

Calafrios e calor

Vive dormente

Feito robô

Se economiza demais

Em emoções

E ousadias

E se vive cada vez mais

Muito menos

Nesta redoma anestesiante

De se fugir da dor

Se perde o bombear

Das emoções

Sentir dói

Mas também reconstrói

O sentido do viver.

Ana Lu Portes, 02 de novembro

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 02/11/2023
Código do texto: T7922529
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