Ousadia
Cada um só oferece o que tem dentro de si
Quem tem muito amor:
transborda
Quem não têm:
usa conta gotas
Quem só tem espinhos
Não consegue perceber a leveza das pétalas
Sua cor
Delicadeza
E perfume
Quem se detém atrás do escudo
Se protege
Mas não sente
Nem dores
Nem arrepios
Calafrios e calor
Vive dormente
Feito robô
Se economiza demais
Em emoções
E ousadias
E se vive cada vez mais
Muito menos
Nesta redoma anestesiante
De se fugir da dor
Se perde o bombear
Das emoções
Sentir dói
Mas também reconstrói
O sentido do viver.
Ana Lu Portes, 02 de novembro