MINHA ALMA CAIPIRA
Tenho uma alma que sofre
Perdida nos sonhos
Vive acorrentada
Pelo tempo
Em uma prisão
E pela minúscula janela
Da cela
Paisagens, visualiza
Na pequena tela
Tenho uma alma caipira
Que sofre em seu sonho
De um dia ser livre
Poder a grama pisar
Nas cachoeiras nadar
Os morros e as pedras
Escalar
Tenho uma alma presa
Pelo tempo
Falta de tempo
Que pelo tempo
Sem tempo vive
Na esperança
De um dia qualquer
Desse tempo
Se ver livre
Solta
Boba
Pelas estradas
Cercadas de mato
De árvores
E pelas trilhas
Pelos carros de boi
Deixadas
Descalça andar
Viver com os pés doloridos
Grossos
Grosseiros
Feios e sujos
Mas essa alma não se importa
Essa alma é caipira
Quer ser livre e solta
Para o ar puro respirar
No chão de terra pisar
A minha alma caipira
©NeodoAC
Neodo Ambrosio de Castro- escritor e jornalista.