Rebeldia.
Olhos ardendo
Corpo cansado
Dedos tremendo
A dedilhar o teclado
Pensamento a mil
Compulsão viril
Que marca
E demarca
A hora de parar
Mas parar porque
Se escrever te alimenta
Arrebata
E sustenta
A sua paz
Não é tanto faz
Rebeldia
Ou mania
De alma fugaz
De desejo voraz
Pode ser harmonia
Serenidade
Ou insanidade
Que a louca idade
Carrega e traz
Mas isto não diz
Nem tão pouco condiz
Com o seu labutar
De tarefas corridas
De dores doidas
Mas dane se os achismos
As leis impostas
Do fazer e dever
A poesia é livre
E rebelde
Tem o seu próprio querer
Ana Lu Portes, 28 de outubro 2923.