Manha
Corpo velado
E revelado
Em sombras
Aos céus
Corpo avivado
De suor
E pulsação
De calafrios
E ebulição
Corpo que me habita
Faz temer
E tremer
Em seus labirintos
De luz
Que ofusca
E reluz
Manha pra domar o corpo
E se deixar domar
Manha pra receber
E se entregar
Nas madrugadas
Tardes
Noites
E manhãs
Que o amanhã nos reservar
Erupção de
Bocas
Ouvidos
Cochas
Pés e
Mãos
Língua
Sussurro
Arranhoes
Toque
Mordidas
Apertos
Tapas
Grito
E gemido
No corpo que habito.
Ana Lu Portes, 2 de outubro 2023