Montes de coisas
Estou escrevendo de tantas ideias que me abatem absurdo,
Somente estaria mais alegria ainda se com ouvidos,
Surdos e embebidos no néctar divino dos deuses gregos,
Ou mesmo fugiria da ira dos nobres ditosos romanos.
Ao longo dos tempos, a paz me serviu ao amanhecer deitado,
Pobre coitado o céu lhe preparava nada ser requisitado,
Entre mentes exaustivas cantava hinos ao céu estrelado,
Por longos dias e horas nada haveria de ser modificado.
O verdadeiro cálice da salvação encontrava-se em boas mãos,
Tudo o que saía da mente era produção de neurônios,
O espírito e o coração estavam contritos e sãos
A de seres estavam na dos quelônios.
Animais lentos para caminhão, porém, rápidos ao pensar,
Entrementes sadias e um destino completo, amarrável,
Parava somente um instante para dizer ou proclamar,
Torne-se-ou um objeto de opróbrio amável.
Na corrida da vida as coisas não se estagnam e nem param,
O tempo é um relógio de areia que conta para frente,
O que passou ficou aos dias que os quais findaram,
Aos fins de seus dias, ficou próximo e raro, mesmo rente.
Ao rente destino de uma existência sem motivo,
Parecia a passada de um andante a caminhar,
Aos olhos fulgurantes um olhar plenamente afetivo,
Um mundo e o monte de coisas a durar.