Corrida

E o piloto corria

Com seu olhar tímido

E nos domingos brincava

De alegrar os corações de quem o via

com suas vitórias

que se faziam nossas...

Um menino

Um homem

Vários carros

E pistas

Vários sonhos

E a força do braço

O equilíbrio

Se fundiu

Com a máquina

E ela desgovernada

Num instante

Bateu...

Humanidade

Efemeridade

Impermanência

E o herói se chocou

Contra a barreira

E o fez romper o limite

Da vitória entrecortada...

Destroços de peças jogadas

De perspectivas dilaceradas

Representatividade rompida

Mas não apagada...

Morrem os ídolos e nascem os heróis

Morrem os filhos

Morrem os irmãos

Morrem pais e mães

Morrem os amigos

Os amados e amantes ...

Todos morremos e renascemos

um pouco ou muito

em cada um que parte

Seja o Ayrton Sena do Brasil

Ou um desconhecido da esquina

Pois somos todos filhos da mesma humanidade

Na praticidade das ações

Ou no desvelo das narrativas poéticas

Somos todos húmus

Ou nada

Nesta corrida incerta.

Ana Lu Portes, 14 de setembro 2023

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 14/09/2023
Reeditado em 14/09/2023
Código do texto: T7885251
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