TENHO FOME
As mãos tremem! O que fiz?
Ah! Os pés já se endurecem
Os meus olhos envelhecem
E minha barriga me é infeliz
A razão fala, tudo contradiz
As entranhas desflorescem
Os pulmões não obedecem
Levo uma infância meretriz
Mundo parado, tempo irado
Choro com a voz silenciada
Trago sim um vazio enorme
Mundo parado, tempo irado
Eis a tal barriga esfomeada
Tenho fome, eu tenho fome