Abraçar

Abraçar a dor

O sofrimento

O que um dia foi tormento

Fazer dela uma

Sábia amiga

Que riqueza há neste momento

Abraçar a mágoa com ternura

As incompreensões com brandura

Os rótulos com amor

E desapego

As memórias negativas

Com desvelo

E encantamento

Ainda que pareça desconcertante

E ao mesmo tempo transformador

E tudo envolto

Numa bolha protetora

De amor e aceitação

Transmitem cura

E superação

Até o que um dia pareceu

Sem sentido

E aniquilador

E a razão fica de queixo caído

Com tanta libertação

De antigos padrões

Velhos preceitos

Grandes preconceitos

Ninguém é igual a ninguém

Nem mesmo a seu ancestral

Tudo é sempre novo

Mesmo sendo antigo

Nada é sempre igual

Tudo é potente

Quando somos gratos

E contente

Com aquilo que fomos,

somos

e nos transformamos

Abraçar e enlaçar

Pontas soltas

Do mar e das marés

Revoltas dentro de nós

É preciso nos abraçar

Com generosidade

E compaixão

Entendermos nosso trajeto

E missão

Pois só aí

Dessa forma

Leve

E Serena

Poderemos

Ter de fato

Um encontro

Para além do que revela a aparência

E estaremos inteiros

E íntegros conosco mesmos

Com a nossa essência.

Ana Lu Portes, Juiz de Fora, 05 de agosto, 2023

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 05/08/2023
Reeditado em 05/08/2023
Código do texto: T7853792
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