Sussurros que gritam
Entalo minha garganta em poucos gritos
Junto a cada eufemismo
Um exagero matar o silêncio aos gritos
Ou a anáfora com a atitude que incentive o niilismo
Os deuses ignoram os gritos da amaral peixoto
Talvez nós citamos apenas teu engodo
Diria Hera após a mordida de Alcides
Que jamais amamentaria um mortal de novo
Entalo em minha garganta os mesmos versos já ditos
Sobre o senhor que andou até o lago verde-oliva
Seguindo rumo ao oeste
… Lá não tinha nada, nadinha
O rei prevalece em seu intimidador trono de ouro
O mesmo que se derretesse em barras alimentaria todo o povo
Aquele que ele tanto fala amar em seus discursos
Ah, o lago verde-oliva…
Entalo em minha garganta o vinho de Dionísio
Eu já me encontrei perdido em tantas bocas
Mas com a ressaca eu encontrei-me rodeado da maré alta
Maldito seja, o barco de teseu
A vida já deixou de fazer sentido
Quando colocamos no sistema o imperialismo
A vida do pobre só tem valor ao rico
Pois o próprio faz questão de ofuscar seu próprio brilho
Entalo em minha garganta
A ausência de tantas vozes
Junto ao desespero de mais um grito mudo…