Autenticidade
Pra ser quem você realmente é
Precisa se livrar da versão
Que precisou criar pra sobreviver
De uma armadura de guerra
Que te protegeu na batalha
Mas te impos camadas
Que já não fazem mais sentido
Pra ser que se é
E necessário ser sincero
Tirar a cera que ofusca
As rugas e vincos do tempo
Que trazem as lições aprendidas
As linhas de expressão
Que fazem curvas de recordação
Ou as cicatrizes escondidas
Que falam das dores sofridas
E preciso ficar nua
Sem disfarces
Ou pesos
De uma roupagem que não lhe cabe mais
E hora de se reinventar
E criar novos roteiros
Pular na asa delta
Da liberdade de ser quem se é
Num horizonte imenso de descobertas.
Ana Lu Portes, Caputira, 24 de julho, 2023