DE CANIÇO E SAMBURÁ

“DE CANIÇO E SAMBURÁ”

“Escrevia cartas...

Cartas e mais cartas

Meu prazer epistolar era enorme

Quando o carteiro, na minha rua passava

Morava numa cidade pequena

Mais parecida com um vilarejo

Dava até para contar

Dos prédios, os azulejos

Moça que fazia sexo

Antes do casamento

Ficava mal afamada

Pasmem, hoje parece coisa sem nexo

Mas a diversão era ir ao rio

Pescar ou nadar

E eu que nunca gostei de pegar peixes

Levava os meus livros para passear

Uma tilápia para Tolstói

Um mísero lambari para Flaubert

Decamerão de Bocaccio não ficava atrás

Sempre ia amiúde de caniço e samburá

Viver na roça ainda é a meta de muita gente

Tranquilidade e segurança e a tão sonhada paz interior

Ah, minha gente, mas como é tão bom

Viver no interior!”

*De caniço e samburá*

By Julio Cesar Mauro

18/06/2023

Julio Cesar Mauro
Enviado por Julio Cesar Mauro em 18/06/2023
Código do texto: T7817019
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