Contemporaneidade

O desenvolvimento oferece o conforto,

mas a alma está em maior desconforto.

Mesmo vivo, o homem se encontra morto,

raro é alguém profundamente absorto.

Contradições do mundo atual,

se confundem o real e o virtual.

Não se vê mais o simbólico e o ritual,

as interações se dão de maneira residual.

Espetacularização da intimidade,

é comum o complexo de inferioridade.

O que antes determinava a singularidade,

hoje desconfigura toda a multiplicidade.

É difícil classificar cada uma das ocorrências,

porém, nítido estão as interferências.

A natureza humana sofre influências,

se perde no supérfluo as essências.

Ideologias com soluções a sugerir,

diversas caixinhas para o indivíduo se incluir.

A maioria com dizeres sem nada a definir,

é complicado nesse meio não sucumbir.

Há de se perceber o consumo exagerado,

nisso o vazio humano é exalado.

No excesso o sofrimento é calado,

de um modo estranho se é torturado.

Ao que parece tudo está perdido,

o indivíduo é profundamente confundido.

No exterior muito se vê poluído,

mas algo novo ainda pode ser difundido.

O que há verdadeiramente por fazer?

Como não se deixar corromper?

Há um meio seguro de proceder?

Questões a serem carregadas no ser!