Sociedade plástica
Era do descartável
Onde tudo e plastificado
Sorrisos congelados
Num modelo padronizado
Roupas da moda
Maquiagem em dia
Em uma roda
Muitas vezes de hipocrisia
E proibido chorar
Não se pode surtar
E preciso vibrar
Numa mesma sintonia
Como se num mar de alegria
Todos estivessem a mergulhar
E os sofrimentos e feridas
Como algo proibido, que precisa ocultar
Pílulas mágicas
Com soluções imediatas
Num movimentar de dedos as redes oferece
Tudo pronto, sem esforço aparente
Mundo plástico
De flores que não morrem
Não dão trabalho
Nem espinhos ou dores
Sociedade enlatada
Padronizada
Bem humorada
De almas ignorada
Sociedade amordaçada
De sorrisos mórbidos
De emoções congeladas
Na vitrine exibicionista
De essências disfarçadas.
Vidas plásticas não envelhecem
Mas também não frutificam...
Ana Lu Portes Juiz de Fora 11 de junho 2023