Campista do mundo
Eu vivo como quem acampa, monto, desmonto e remonto a vida, a todo momento.
Hoje aqui, amanhã ali, depois um abraço do desconhecido.
O sol nunca sabe ao certo em que janela irá raiar para me encontrar, algumas vezes nos desencontramos, e isso me causa tristeza.
Sigo arrastando uma mala pesada, recheada de choros, lembranças e muito adeus.
A incerteza me cansa.
Queria poder permanecer mais, e partir menos, dizer mais "Ois" do que "Tchaus". Pintar paredes, pregar quadros, sem o medo de ter que desfazer tudo no instante seguinte.
Sei que o que compõe a vida é a mudança, mas só por um tempo queria que elas não me agarrasse tanto.
Mas, enquanto esse tempo não chega, fico aqui embalando a próxima despedida do meu coração abalado.
"Nada vai permanecer
No estado em que está"( Marisa Monte)